domingo, 30 de novembro de 2008
É o que eu sempre me pergunto
- Nossa, Adriana, você tem doutorado?
- É, tenho.
- E pós-doutorado também?
- É, também...
- E você simplesmente largou tudo?
- Larguei.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Autópsia
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Quântico
Se não estivesse esse frio do caralho eu corria aí e te dava um abraço e te falava que tudo mudou naquela sexta-feira às 23:13, a hora exata que você encostou naquela parede. Eu devia ter dito às 23:15, a hora exata que parei de te olhar porque alguém derrubou cerveja no meu pé. Meu erro foi ter desviado os olhos de ti e te deixar desaparecer.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Chuck Palahniuk Café e Cigarros
Sou irreversivelmente viciada nesse cara e nesses restaurantes típicos de filmes americanos. Melhor ainda se estivermos em algum lugar perdido do Middle West, fumando um Camel, esperando a garçonete encher nossas xícaras com café fumegante e ouvindo uma gravação chiada de Tom Waits. That´s fucking life, man. Isso é tudo que eu falaria pra ele.
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Review do Universo HQ
Muito bacana o review do Prontuário 666 feito pelo Universo HQ. Confira abaixo.
Sinopse: 1988, Casa de Detenção de São Paulo. Um assassino de crianças aparece cruelmente morto. Nas costas, uma tatuagem indica que o culpado é um velho prisioneiro, um certo Zé do Caixão.
Positivo/Negativo: No começo do projeto, o cineasta José Mojica Marins tinha dúvidas sobre interpretar seu personagem mais famoso, Zé do Caixão, no longa-metragem Encarnação do demônio. Ele chegou a considerar a hipótese de escalar um ator mais novo.
Afinal, seria difícil explicar por onde teria andado o funerário ao longo dos 40 anos que separam o novo filme de Esta noite encarnarei no teu cadáver (1967).
Segundo as entrevistas que Mojica concedeu durante a divulgação do filme, a solução veio do co-roteirista Dennison Ramalho: Zé do Caixão teria sido preso por quatro décadas.
É essa brecha que Samuel Casal usa para criar seu Prontuário 666. A HQ conta justamente a história do Zé do Caixão encarcerado.
A história se passa em 1988, na Casa de Detenção, em São Paulo. Aliás: um dos méritos da HQ é o nível de detalhamento com que retrata a vida na prisão. Aparece desde o metrô da Estação Carandiru passando ao longe até a pinga Maria-Louca, produzida clandestinamente pelos detentos. A inspiração de Casal e Adriana Brunstein parece clara: é o excelente documentário O prisioneiro da grade de ferro, de Paulo Sacramento - produtor de Encarnação do demônio e autor da introdução de Prontuário 666.
Outro ponto alto do roteiro é o de estar calcado diretamente na mitologia de Zé do Caixão, tal qual foi consolidada nos dois longas-metragens dos anos 60.
Afinal, como aponta Sacramento na introdução do volume, muita coisa já foi criada a partir do personagem, mas a maioria o relacionava ao oculto. E isso é uma bobagem, já que Zé do Caixão é uma criatura plena de convicções e que defende justamente que o obscurantismo é uma fraqueza da humanidade.
Em uma das cenas mais emblemáticas deste respeito pela lenda original, Casal e Adriana mostram que Zé esconde suas anotações em um buraco na parede coberto por uma imagem de Jesus Cristo. Ele sabe que, além dele próprio, ninguém no Carandiru tem estofo para rasgar um quadro supostamente sagrado.
Prontuário 666 retrata esse Zé, um homem que busca uma mulher perfeita para criar uma linhagem de seres humanos superiores. Com o que julga ser ralé, ele não se importa. Pelo contrário: quer mais é se livrar da escória, ajudando a melhorar o mundo para os descendentes de seu sangue.
É daí que a Casa de Detenção é perfeita para Zé: ao ficar preso com o pior que a humanidade tem a oferecer, pode matar à vontade.
O álbum parte dos dois primeiros filmes do personagem e prepara terreno para Encarnação do demônio. É na prisão, em uma cena-chave da HQ, que Zé do Caixão tem as primeiras visões com os mortos que deixou pelo caminho. No novo filme, essas assombrações voltarão a aparecer.
Ao excelente roteiro se soma a arte de Casal, ilustrador e quadrinhista premiado, que faz aqui um trabalho de fôlego ao trabalhar com chiaroscuro.
À primeira vista, chega a parecer difícil que a história funcione. Mas, mesmo no meio de tantas sombras, Casal consegue salientar o que realmente importa, e constrói uma narrativa difícil de fazer, mas deliciosa de se acompanhar.
Portanto, Prontuário 666 é, desde já, um dos grandes lançamentos de 2008: não só pela HQ fantástica que é, mas pelo papel fundamental que tem em revigorar nos quadrinhos um dos mais importantes personagens da cultura brasileira.
Positivo/Negativo: No começo do projeto, o cineasta José Mojica Marins tinha dúvidas sobre interpretar seu personagem mais famoso, Zé do Caixão, no longa-metragem Encarnação do demônio. Ele chegou a considerar a hipótese de escalar um ator mais novo.
Afinal, seria difícil explicar por onde teria andado o funerário ao longo dos 40 anos que separam o novo filme de Esta noite encarnarei no teu cadáver (1967).
Segundo as entrevistas que Mojica concedeu durante a divulgação do filme, a solução veio do co-roteirista Dennison Ramalho: Zé do Caixão teria sido preso por quatro décadas.
É essa brecha que Samuel Casal usa para criar seu Prontuário 666. A HQ conta justamente a história do Zé do Caixão encarcerado.
A história se passa em 1988, na Casa de Detenção, em São Paulo. Aliás: um dos méritos da HQ é o nível de detalhamento com que retrata a vida na prisão. Aparece desde o metrô da Estação Carandiru passando ao longe até a pinga Maria-Louca, produzida clandestinamente pelos detentos. A inspiração de Casal e Adriana Brunstein parece clara: é o excelente documentário O prisioneiro da grade de ferro, de Paulo Sacramento - produtor de Encarnação do demônio e autor da introdução de Prontuário 666.
Outro ponto alto do roteiro é o de estar calcado diretamente na mitologia de Zé do Caixão, tal qual foi consolidada nos dois longas-metragens dos anos 60.
Afinal, como aponta Sacramento na introdução do volume, muita coisa já foi criada a partir do personagem, mas a maioria o relacionava ao oculto. E isso é uma bobagem, já que Zé do Caixão é uma criatura plena de convicções e que defende justamente que o obscurantismo é uma fraqueza da humanidade.
Em uma das cenas mais emblemáticas deste respeito pela lenda original, Casal e Adriana mostram que Zé esconde suas anotações em um buraco na parede coberto por uma imagem de Jesus Cristo. Ele sabe que, além dele próprio, ninguém no Carandiru tem estofo para rasgar um quadro supostamente sagrado.
Prontuário 666 retrata esse Zé, um homem que busca uma mulher perfeita para criar uma linhagem de seres humanos superiores. Com o que julga ser ralé, ele não se importa. Pelo contrário: quer mais é se livrar da escória, ajudando a melhorar o mundo para os descendentes de seu sangue.
É daí que a Casa de Detenção é perfeita para Zé: ao ficar preso com o pior que a humanidade tem a oferecer, pode matar à vontade.
O álbum parte dos dois primeiros filmes do personagem e prepara terreno para Encarnação do demônio. É na prisão, em uma cena-chave da HQ, que Zé do Caixão tem as primeiras visões com os mortos que deixou pelo caminho. No novo filme, essas assombrações voltarão a aparecer.
Ao excelente roteiro se soma a arte de Casal, ilustrador e quadrinhista premiado, que faz aqui um trabalho de fôlego ao trabalhar com chiaroscuro.
À primeira vista, chega a parecer difícil que a história funcione. Mas, mesmo no meio de tantas sombras, Casal consegue salientar o que realmente importa, e constrói uma narrativa difícil de fazer, mas deliciosa de se acompanhar.
Portanto, Prontuário 666 é, desde já, um dos grandes lançamentos de 2008: não só pela HQ fantástica que é, mas pelo papel fundamental que tem em revigorar nos quadrinhos um dos mais importantes personagens da cultura brasileira.
sábado, 12 de julho de 2008
Prontuário 666
Já está em pré-venda o álbum Prontuário 666- Os anos de cárcere de Zé do Caixão, primeiro álbum solo de Samuel Casal com roteiro meu e dele e edição da Conrad.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Matrimônio
- Eu não estou sentindo meu pé, dá pra você sair de cima dele?
- Você pode esperar até os comerciais?
- Esse filme não terá interrupções, são pelo menos duas horas.
- Você acha que dá pra aguentar?
- Acho que não.
- Me dá mais cinco minutos?
- Cinco minutos?
- É.
- Tá bom, mas depois eu vou começar a gritar.
terça-feira, 10 de junho de 2008
By Ingmar Bergman
- Talvez eu a ame.
- Talvez você a ame. Vou dizer-lhe uma coisa idiota, amor é uma palavra para luxúria, mais luxúria, trapaça, falsidade e comportamentos idiotas.
- Bem, mas isso machuca de qualquer maneira.
- O amor é a mais negra das pestes, mas ninguém morre de amor, e quase sempre passa.
- O meu não passa.
- É claro que passa. Raramente um par de idiotas morre de amor. Se tudo é imperfeito nesse mundo imperfeito então o amor é perfeito nessa perfeita imperfeição.
- Que animador. Toda essa conversa e você acredita nas suas tolices.
- Quem disse que eu acredito? Sou um sábio. Peça meu conselho e terá em dobro.
- Talvez você a ame. Vou dizer-lhe uma coisa idiota, amor é uma palavra para luxúria, mais luxúria, trapaça, falsidade e comportamentos idiotas.
- Bem, mas isso machuca de qualquer maneira.
- O amor é a mais negra das pestes, mas ninguém morre de amor, e quase sempre passa.
- O meu não passa.
- É claro que passa. Raramente um par de idiotas morre de amor. Se tudo é imperfeito nesse mundo imperfeito então o amor é perfeito nessa perfeita imperfeição.
- Que animador. Toda essa conversa e você acredita nas suas tolices.
- Quem disse que eu acredito? Sou um sábio. Peça meu conselho e terá em dobro.
terça-feira, 13 de maio de 2008
Paraíso
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Trechos
segunda-feira, 7 de abril de 2008
domingo, 6 de abril de 2008
Sublimação
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