quinta-feira, 30 de junho de 2011

Tétano dói?
Ele não prestou atenção ou não respondeu.
Tétano dói?
Sei lá.
Ela pegou a faca e o sangue da jugular dele tingiu a varanda.
Ouvi dizer que vem na ferrugem.
Acendeu um cigarro e rabiscou qualquer coisa com os pés. Pareceu sorrir mas era só o rangido da cadeira de balanço.

quarta-feira, 29 de junho de 2011




Chico Buarque, Alguns meus, Realejo Livros, Blues.
By Zeca Meira.

terça-feira, 28 de junho de 2011



Instantâneas de ontem.

domingo, 26 de junho de 2011

Amanhã, dia 27, eu vou ler uns trecos meus no "Vagabundagem de Segunda", um evento poético-blueseiro (sic) que acontece na Realejo Livros, lá em Santos. E o carro-chefe é aquele carinha, o Chico Buarque. Valeu, Fabio Brum, pelo convite (mas poetisa é foda!).

PS. Em breve crônica completa sobre o evento que foi bacana pacas.

sábado, 25 de junho de 2011


"vamos tornar as coisas mais aritméticas". ela tem essa coisa de colar recados indecifráveis na geladeira e arrastar os chinelos enquanto anda. de largar o fio dental mentolado em cima da torneira. "algo não me caiu bem". ela espera que eu diga alguma coisa que ela não vai ouvir. então ela alimenta os peixes e mastiga as beiradas da unha até sangrarem. me pede um band-aid, joga a embalagem vazia pela janela e observa o que ela chama de a cura suicida. os classificados que ela rasga destacam o leilão de uma cobertura duplex com vista para um lago que não existe mais.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Tem gente que acorda de manhã e acredita que a vida é um passeio no parque. Tem gente que faz da vida um comercial de margarina. Tem gente que acha tudo maravilhoso. Mas há aqueles que acordam amarrotados com a cara inchada, olham pro espelho e não conseguem distinguir nada no abismo dos seus olhos. Nunca passou pela minha cabeça que pudesse ser diferente. 
Mário Bortolotto

terça-feira, 21 de junho de 2011


As coisas que você esqueceu aqui eu coloquei no jardim com uma placa. Vende-se. Alguém perguntou pra que serve isso eu respondi faça uma oferta. Quatrocentos e trinta e dois reais. Nunca mais pensei em você.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

você tem uma maneira esquisita de pedir desculpas, trazendo asas cruas de frangos que quase escaparam do abate.

sábado, 11 de junho de 2011

Uma meia dúzia de coisas pra te falar, nada de muita relevância ou urgência. Pensando bem, cinco das seis coisas que eu tenho pra te falar são totalmente dispensáveis. Essa que ficou é até bonita, faria você sorrir como faz após o primeiro gole de café expresso. Você continua tomando sem açúcar, me disseram, encostado naquele canto do balcão, se escondendo atrás da estufa de pães de queijo porque aquela senhora sempre te conta a mesma história. A parte que você não gosta é quando ela te pergunta, e você, como está hoje? Você não gosta do jeito que ela fala hoje, parece a boca de um peixe recém fisgado e pra você hoje é impreciso. Como um anzol perdido na lama. Uma das cinco coisas irrelevantes que eu tinha pra te falar é que eu troquei o óleo do carro numa promoção do posto da esquina.

terça-feira, 7 de junho de 2011


Eu estou com essa mania de salvar anões de jardim. Aluguei um depósito, até que não é tão longe, e guardei todos lá. Deixei instruções claras, quando tudo acabar serão todos entregues a você. Tenho certeza de que você vai saber o que fazer com eles. Não se preocupe, o frete já está pago.

quinta-feira, 2 de junho de 2011


uma faca bowie
no meio do peito
cravada pela segunda vez
deixa apenas
impressões
analógicas