Sempre fui adepta do acaso. Minha tese de doutorado em física foi totalmente dedicada a ele. Essa figura brinca com isso, Deus escolhe aleatoriamente um ponto no que chamamos de espaço de fase e voilà! Eis a vida. Tenho cá com meus botões que ele deve ter espirrado com a poeira cósmica e, por um desvio milimétrico, seu dedo foi parar num ponto que não era o escolhido. Mas enfim, estava feito. E eu fui parar na física pra tentar entender pelo menos parte dessa dedada. No filme Magnólia tem aquela frase This is something that happens. Simples assim, como tatuar uma magnólia nas costas como um brinde à aleatoriedade das coisas. Trabalhei anos com física e depois fui pra biologia trabalhar com evolução e suas mutações que ocorrem ao acaso. E, deterministicamente, larguei tudo para virar escritora e dar um tempo da vida real. Sempre fui uma exímia mentirosa numas de tentar sobreviver, não tinha outra saída. Escrevi um livro sobre um mitômano. Hoje o acaso já não me é tão convincente, perdeu um pouco da força embora ainda se manifeste, pelo menos sob meu ponto de vista que é meu grande carcereiro. Continuo sem entender porra nenhuma sobre o sentido da vida, se é que há algum. Não sei para onde estou apontando e, como Deus, tenho rinite.
2 comentários:
Olá, ADRI. "Um bom dia é qquer um em que você está vivo." E o de hoje já está em vigor. Comemore sempre. Bjs. Deyse Felix
Vou comemorar, minha querida!
Um beijo grande
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