segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Laconic way of life
- Por que você está sempre sorrindo?
- Porque essa merda toda é muito engraçada.
Diálogo de Estrada Para Perdição. Filme de Sam Mendes baseado na Graphic Novel de Max Allan Collins. 2002.
domingo, 27 de setembro de 2009
Altamente Recomendável
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
19 de Setembro de 2009
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Ovos fritos
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"Ela estava falando com todo mundo. Ela faz parte dessa cultura babaca. Do blablablá. Dessa geração que se orgulha de ser superficial. O importante é uma performance sincera. Sincera e vazia, totalmente vazia. Aquela sinceridade que atira para todos os lados. A sinceridade que é pior que a falsidade, e a inocência que é pior que a corrupção. Por trás daquela sinceridade tem uma coisa muito predatória. E por trás de toda aquela conversa fiada. Essa linguagem que todos eles têm- em que eles parecem até acreditar, mesmo -, essa história de falta de 'amor próprio', quando no fundo eles se arrogam todos os direitos. A sem-vergonhice deles eles chamam de amor, e a crueldade eles disfarçam como perda de 'amor próprio'. "
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"É o cu que gera a lealdade."
Philip Roth em A Marca Humana.
domingo, 13 de setembro de 2009
Dois minutos de gasolina para a meia-noite
A ARTE DE ROUBAR CAVALOS NO PLAYGROUND DE DEUS
Estórias de estradas com trilha sonora de Van Morrison. Ou uma legião de perdedores que se encontram por acaso em um boteco de luzes avermelhadas e jukeboxes que tocam antigos sucessos de Belchior. Sejam eles garotos estradeiros, putas que se apaixonam por um ou outro cliente, boxeadores que perderam tudo - menos a dignidade -, ou velhos que partem para uma última visita à mulher que mais amaram em toda a vida, os personagens de Ricardo Carlaccio parecem cientes dos jogos ardilosos de Deus, mas todos tentam escapar. Seja seguindo de carona para um destino incerto ou apontando o cano do 38 para a própria cabeça, todos tentam escapar de alguma maneira.
Como suas criaturas, o criador (estou falando do escritor, não de Deus) também parece desconfortável no jogo de cartas marcadas que sempre acaba com alguém estirado atrás do balcão ou, o que é pior, sugado pela máquina de moer culhões e transformar cavalos selvagens em dóceis cordeirinhos. Se os personagens destas estórias se refugiam em velhos Mavericks e aceleram cada vez mais o motor, numa epopeia sem rumo e sem volta, é na escrita que Carlaccio encontra seu refúgio. É nesta floresta de signos que ele se embrenha, punhal em punho, para tentar cortar os cordões que prendem as marionetes. Como “aquele cara que começa inocente e vai mostrando o canivete, depois o punhal e, por fim, uma metralhadora.”
Dando de ombros às regras, às trapaças e ao olhar vigilante do dono da banca, Ricardo Carlaccio roubou a coroa do Rei de Copas, passou a mão na bunda da Rainha de Paus e levou a risca o conselho de Raul Seixas: “antes de ler o livro que o guru lhe deu, você tem que escrever o seu”. Ele já escreveu vários. E tudo indica que vai continuar escrevendo. É assim que leva seus fantasmas para um longo passeio. Nos infernos, nos inferninhos, onde os mensageiros celestiais costumam perder suas almas nas noites de sexta-feira.
Ademir Assunção
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