quinta-feira, 29 de abril de 2010

Vida na província

Chegando no museu você vira à esquerda. Segue reto. Passa por patriotas, princesas Isabeis, Marias Loucas e alguns desconhecidos Xavieres. Daí você cai na Cisplatina. Tá quase chegando. Quando chove fica tudo cheio de poça. De madrugada fica tudo vazio e os únicos sons vêm dos rojões de Heliópolis. É cheio de casinhas e algumas portas ficam entreabertas para que alienígenas como eu sejam observados. Tem uma comidinha boa na esquina e o pôr-do-sol é bacana.
-Você é moradora nova?
-Não, estou na casa do meu pai.
-Ah, aquele senhor do 163?
-Não, não. Ele é do 182.
-Que bom. Você soube que a porta da garagem caiu na cabeça dele?
-Do meu pai?
-Não. Do Seu Assad do 163. Levou quinze pontos.
A porta da garagem só fica aberta por 13 segundos e não tem sensor. O Seu Assad não deveria tentar memorizar o hino nacional debaixo dela.

2 comentários:

Unknown disse...

Nossa, Adriana, o seu Assad não tem uma poltroninha onde possa decorar o tal do hino com mais tranquilidade?
Ele passa bem? Foi só um galo?
beijão

Adriana Brunstein disse...

Lalo, o problema é que o Seu Assad não aceita nada menor que um trono real. Ele passa bem, eu só não entendo a lógica de um portão assassino sem sensor!
Um beijo!