segunda-feira, 28 de março de 2011


Prensei dois dedos na porta, gangrena não é algo tão instantâneo assim. E você sabe da minha inabilidade com a mão esquerda, eu erraria os números do teu telefone que eu decorei por pura incapacidade de usar uma agenda. Eu sinto falta daquele aparelho antigo, com o disco, a gente se irritava um pouco com o excesso de zeros nos números de assistências técnicas. Eles diziam horário comercial e prendiam a gente em casa, olhando praquela máquina ociosa no canto da área de serviço. Você fumava e jogava bitucas no vão do elevador, só pra ninguém ver. A dor tem as cores de Munch, já notou?

2 comentários:

Unknown disse...

Já notei, Adriana. Ah aquelas cores!
Um beijo.

Adriana Brunstein disse...

Ah, poetas! Sempre percebem tudo antes...
Beijão, Lalo