não era nada disso que eu tinha pra falar mas eu assisti aquele filme de terror, aquele com o carinha do harry potter. eu não preciso ir muito longe, é aquela coisa de um espírito querendo se vingar de um vilarejo inteiro e um mané - no caso o carinha do harry potter - se mete na parada e acaba resolvendo tudo. mas o problema, baby, é que tinha uma cena na qual o carinha do harry potter olha por uma janela embaçada e vê a impressão digital de uma mão. era óbvio que ele ia colocar a mão ali e era óbvio que ia aparecer uma cara de fantasma e um efeito sonoro dizendo assuste-se agora. pois é. e eu me assustei e gritei e fiquei tremendo por um tempo e até dei uma olhadela pra janela do meu quarto. você sabe que eu costumo receber visitas de mariposas e acabo tendo que chamar o porteiro pra escurraçá-las. mas também não aconteceu nada disso. não dessa vez. o que aconteceu é que você não tava aqui comigo e eu fiquei procurando tua mão, meio que tateando no escuro, meio que querendo me lembrar do dia que assistimos aquele terror tailandês que tinha um nome esquisito pacas pra espírito. a gente riu um bocado, não foi? no meio da madrugada eu te cutuquei e disse que tava com a impressão de ter um treco assombrado nos meus ombros. aí você fingiu que era o bill murray e ligou o aspirador e cantou who you gonna call e a gente tomou uma multa por causa do barulho. e agora tem 137 reais a menos na minha conta e eu não tô sabendo o que fazer com as impressões digitais que você apagou.
2 comentários:
Adriana, você consegue extrair aquilo que ninguém mais conseguiria de uma obra. É uma coisa inexplicável... adoro a forma como escreve. Você é uma arquiteta literária, sem dúvida.
Marc Dellacosta
Poxa, Marco, obrigada! E vamos fazer funcionar nossos projetos. Cada um deles!
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