sábado, 4 de agosto de 2012


a gente ouvia the kinks, não era?  tava bem quente no horário de brasília, e não tinha fuso nenhum, a gente não parava de suar. e você tentando abrir aquela latinha de creme nivea, e sua mão girando em falso e aquela sua risada de quem tá falhando mas que se dane. tinha um esqueleto de lagartixa lá dentro, e você afirmando com toda empolgação que, ao contrário do que diziam, taxidermia era a profissão mais antiga do mundo. você a chamou de lola -a gente ouvia the kinks, não era?- e criou um passado de gladiadora pra ela. com arena e tudo. sempre me encantou essa sua capacidade de transformar tudo numa avant-première. trocando sem pestanejar os óculos 3d pelo brilho nos olhos do menininho que encontrou o bilhete premiado de willy wonka - olha, eu também não gostei da versão do tim burton. hoje, my last boyscout, eu fico imaginando que você tá só escondido numa casa na árvore. num lugar bem perto, na esquina de baixo, num canto da sessão da tarde.

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