a gente ouvia the kinks, não era? tava bem quente no horário de brasília, e não
tinha fuso nenhum, a gente não parava de suar. e você tentando abrir aquela
latinha de creme nivea, e sua mão girando em falso e aquela sua risada de quem
tá falhando mas que se dane. tinha um esqueleto de lagartixa lá dentro, e você afirmando com
toda empolgação que, ao contrário do que diziam, taxidermia era a profissão
mais antiga do mundo. você a chamou de lola -a gente ouvia the kinks, não era?- e criou um passado de gladiadora
pra ela. com arena e tudo. sempre me encantou essa sua capacidade de transformar
tudo numa avant-première. trocando sem pestanejar os óculos 3d pelo brilho nos olhos do menininho que
encontrou o bilhete premiado de willy wonka - olha, eu também não gostei da versão do tim burton. hoje, my last boyscout, eu fico
imaginando que você tá só escondido numa casa na árvore. num lugar bem perto,
na esquina de baixo, num canto da sessão da tarde.
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