sábado, 31 de outubro de 2009

Jorge Luis Borges





Acredito que o pesadelo tenha um sabor especial que não se parece com o horror que sentimos na vigília, e que poderia ser, bem, poderia ser uma prova de que o inferno existe, de que entrevemos algo, mais além de toda experiência humana.

(desenho de Gabriel Caprav)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009



quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Elias Canetti




"Creio que não há nada que me deixe mais indiferente do que a mente dessa pessoa."

(sobre uma ex-namorada)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

DFW



Às vezes dou umas desaparecidas, mas há coisas que me fazem voltar. Essa é uma delas. E o Sergio me faz pensar em Sam Shepard. E eu adoro quando ele manda tudo às favas, aperta o delete. Depois ele volta e isso é ótimo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Na cabeceira

"Ali estava, se não a história completa, a imagem completa. É muito raro, neste nosso final de século, a vida nos oferecer uma visão pura e tranquila como esta: um homem solitário sentado num balde, pescando através de um buraco aberto numa camada de gelo com meio metro de espessura, numa lagoa cuja água está constantemente se renovando, no alto de uma montanha bucólica na América."

Assim termina "A Marca Humana", de Philip Roth, que gentilmente cede lugar a "Cidades da Planície", de Cormac McCarthy.

"Pararam na entrada e bateram os pés para expulsar a água de chuva das botas e sacudiram os chapéus e secaram o rosto. Na rua a chuva soava com estalo as poças de água fazendo os vermelhos e os verdes berrantes dos letreiros de néon se desgarrarem e fervilharem e a chuva dançava nas capotas de aço dos carros estacionados ao longo do meio-fio da calçada."

É onde estou agora, no que eu chamo de soul western. Este livro encerra a Trilogia da fronteira iniciada com Todos os belos cavalos e A travessia. McCarthy sempre me presenteia com um árido deserto na garganta, mesmo quando tudo está tomado pelo gelo, como no brilhante A estrada, que já virou filme (É Viggo Mortensen!). Que Billy Parham divida os holofotes com Arturo Bandini.

Adiós, vaquero.

sábado, 17 de outubro de 2009

Mais Liniers


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Robert Bresson






"Ria de uma má reputação. Tema uma boa que você não possa sustentar."

God bless our lies


Steven Soderbergh, hoje, na Folha (trechos descontínuos)

Folha: E você acreditou?
Soderbergh: Não, é claro que não. Mas quero que todo mundo minta para mim. Me faz me sentir melhor.
Folha: Vários filmes seus falam sobre mentirosos.
Soderbergh: Para haver paz, tem que haver algum tipo de mentira rolando. Caso contrário, se você falar a verdade sobre tudo, alguém vai te matar.
Folha: Você mente mais hoje ou quando começou, há 20 anos?
Soderbergh: Provavelmente mais agora porque conheço mais gente.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Como sobreviver a domingos


quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A física de Philip Roth


Porque não sabemos, não é? Todo mundo sabe... Como é que as coisas acontecem do jeito que acontecem? O que está por trás da anarquia da sequência de eventos, as incertezas, os infortúnios, a incoerência, as irregularidades chocantes que definem os assuntos humanos? Ninguém sabe, professora Roux. "Todo mundo sabe" é a invocação do clichê e o início da banalização da experiência, e a seriedade e o tom de autoridade que as pessoas adotam ao repetir esse clichê é o que é mais insuportável. O que sabemos é que, ao contrário do que diz o clichê, ninguém sabe nada. Não se pode saber nada. As coisas que você sabe, você não sabe. Intenção? Motivo? Consequência? Significado? É surpreendente, quantas coisas desconhecemos. Mais surpreendente ainda é o que passa por conhecimento.

Philip Roth em A Marca Humana.