quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A física de Philip Roth


Porque não sabemos, não é? Todo mundo sabe... Como é que as coisas acontecem do jeito que acontecem? O que está por trás da anarquia da sequência de eventos, as incertezas, os infortúnios, a incoerência, as irregularidades chocantes que definem os assuntos humanos? Ninguém sabe, professora Roux. "Todo mundo sabe" é a invocação do clichê e o início da banalização da experiência, e a seriedade e o tom de autoridade que as pessoas adotam ao repetir esse clichê é o que é mais insuportável. O que sabemos é que, ao contrário do que diz o clichê, ninguém sabe nada. Não se pode saber nada. As coisas que você sabe, você não sabe. Intenção? Motivo? Consequência? Significado? É surpreendente, quantas coisas desconhecemos. Mais surpreendente ainda é o que passa por conhecimento.

Philip Roth em A Marca Humana.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ô nega!
Você prometeu passar o livro, não é?
beijos
PT

Adriana Brunstein disse...

Vou passar, nêgo! Tô quase acabando. Prepara meu Tupperware!
Beijo

Eduardo Haak disse...

Ô. :)
Acho que esse agnosticismo nosso de cada dia já chegou à última lona. É coisa meio do capeta, como diria o Alborghetti. (rs) Olavo de Carvalho diria um pouco diferente - que a origem do "nada pode ser sabido", dessas trevas supostamente triunfantes do agnosticismo, é satânica, posto que frustra um conhecimento que seria possível, ao passo que o gnosticismo, "tudo pode ser sabido", esse triunfo de uma falsa luz, é luciferiana, porque promete a posse de um conhecimento impossível. "Ninguém sabe nada." Sei lá. Há diferença - muita diferença - entre o que a Luciana Gimenez e Nelson Rodrigues dizem. Entre uma opinião do Fausto Silva e uma do Philip Roth.
Oh yeah!
Beijo!

Adriana Brunstein disse...

Mas nada se compara à infinita sabedoria da Oprah!
Beijo.