a gente podia tanta coisa, não é? correr atrás do carteiro cantando stop, oh yes, wait a minute mister postman. e aquele cofre enferrujado no quarto, cada um de nós com uma parte da combinação. não tínhamos o que guardar ali, então bolamos aquele plano mirabolante de transportar armas clandestinas num il-76 soviético. num lugar tipo o afeganistão. aquele mapa mundi esticado sobre a mesa e compassos e canetas e réguas. você dizia, fazendo aquele avião de papel sobrevoar o oriente, a gente vai dominar o mundo, garota. você mandando may the force be with you, eu acenando com vida longa e próspera. aquela coleção de falcons que a gente colocou à venda no jardim só pra dançarmos como naquele conto do carver. e eu fico me perguntando se aquela velha jaboticabeira ainda está por lá. eu fico me perguntando se existe um momento onde tudo acaba. mas eu acho que não. eu acho que um dia acontece isso da gente soltar a coleira do cachorro e deixar ele ir. a gente nem pensa muito, sabe? só parece a coisa certa pra se fazer.
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