Ser solidário é oferecer o pescoço ao sacrifício. Se for o caso, contrariar os próprios interesses em favor do injustiçado. A mesma lógica que funciona para quem dá sem esperar algo em troca – por desapego. E mais, sem esperar reconhecimento e/ou retribuição: uma vez que a solidariedade é mais do que um gesto, pois se trata de doação. E a doação não aufere pesos nem medidas: mesmo porque o injustiçado pode ser um canalha e a justiça pode se revelar uma injustiça cabeluda.
Tem mais. Não julgar sob hipótese alguma. Sobretudo aquele que é incapaz de agir da mesma forma que você (porque existe a grande possibilidade de que você também esteja errado ...) portanto, ser solidário é encarar o cuspe como se fosse o beijo e vice-versa. A partir daqui, em tese, subiríamos um degrau. Vamos falar de compaixão. Que nasce da solidariedade gratuita: o tipo de sentimento que jamais ameaça ou condena, apesar de todos os pesares. Algo que se compartilha de igual para igual, nem de cima para baixo nem de baixo para cima. Daí brota o perdão, quase que despercebido. Nem precisa ser nomeado.
Marcelo Mirisola
3 comentários:
nossa!
Né?
Mas o amor é possível, e isso que importa! Tá bom, eu vou traçar uns M&M´s. Amô!
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