Uma dor nas costas de lascar ontem. Claro que não tive coragem de assistir Atividade Paranormal porque eu não estava podendo com sobressaltos. Enfim, acabei assistindo Cemetery Junction (aqui tem o nome besta de Caindo no Mundo), um filme inglês de Ricky Gervais e Stephen Merchant. A história se passa em 1973 e é aquela coisa do maldito final de adolescência que nos pega desprevenidos sem dar indícios do que fazer em seguida. E, honestamente, ainda peno com esse em seguida. Mas o filme vale, tem diálogos ótimos e aquele roteiro clássico, sem furos, que não decepciona e causa aquele sorrisinho na alma. Como escreveu Murilo Mendes, nascer é muito comprido. E, cá entre nós, eu faria o remake de The Graduate com esse rapazinho do meio. Call me Anne Bancroft.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Isso é da minha dissertação de mestrado. Daquele tempo em que eu queria de fato entender as coisas. O curioso é que tanto o conhecimento que adquiri quanto o que decidi ignorar estão lá, nas 90 páginas do livro que escrevi. Como se algum Lucius o tivesse me ditado com a intenção de me apontar com clareza certas coisas da vida real. Porque a vida real está em extinção. Porque a mentira pode ser, patologicamente, o que ela quiser.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Acabo de comprar esse filme e estou me borrando de medo de assistir. Tem essa coisa de Não assista sozinho. E eu acredito nessa coisa de Não assista sozinho. E um aluno do meu curso inventou uma história que envolvia paçoquinha Amor e minhocas do mal. Pensando bem, tem uma coleção inteira dos Irmãos Marx aqui que nunca saiu flutuando.
Não há dúvida de que o Além existe. O problema é saber a quantos quilômetros fica do centro da cidade e até que horas fica aberto.Woody Allen.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
domingo, 26 de setembro de 2010
Go, get the butter
Porque sempre existe a probabilidade de alguém estar fazendo alguma coisa no domingo. Mesmo que seja em Paris.
sábado, 25 de setembro de 2010
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Confissões de uma mente perigosa.
Eu quero entrar na cabeça de alguém que eu admiro muito, só pra ver como é que é, como em Quero ser John Malkovich.
Eu quero entrar na cabeça de alguém que eu admiro muito, só pra ver como é que é, como em Quero ser John Malkovich.
Eu quero ter uma esquizofrenia, me dividir em duas, como em Adaptação, para que uma metade faça pelo menos ideia do que é a outra.
Eu quero me confundir com meus personagens, como em Sinédoque Nova York, porque às vezes eles são incompreensíveis.
Eu quero apagar definitivamente algumas pessoas da minha cabeça, sem deixar resquícios, como em Brilho eterno de uma mente sem lembranças.
E eu preciso urgentemente de análise porque morro de inveja do Charlie Kaufman.
Eu quero me confundir com meus personagens, como em Sinédoque Nova York, porque às vezes eles são incompreensíveis.
Eu quero apagar definitivamente algumas pessoas da minha cabeça, sem deixar resquícios, como em Brilho eterno de uma mente sem lembranças.
E eu preciso urgentemente de análise porque morro de inveja do Charlie Kaufman.
Depois daquilo, ficou tarde, nós dois tínhamos que ir. Mas foi ótimo ver a Annie de novo. Eu percebi que pessoa incrível ela era e como foi bom apenas conhecê-la; e eu me lembrei daquela velha piada, o cara vai ao psiquiatra e diz "Doutor, meu irmão é louco. Ele pensa que é uma galinha". E o doutor pergunta "Bem, porque você não o convence de que não é?". O cara responde "Eu até o faria, mas preciso dos ovos". Bem, acho que é assim que me sinto em relação a relacionamentos; você sabe, são totalmente irracionais, e loucos, e absurdos, e eu acho que insistimos porque a maioria de nós precisa dos ovos.
Annie Hall. Woody Allen.
Annie Hall. Woody Allen.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Uma vez fui fazer um curso de Evolução Molecular no Marine Biological Laboratory em Woods Hole, uma pequena cidade ao norte de Massachusetts. O cronograma era insano, tivemos apenas um dia de folga no qual fomos até Marhta´s Vineyard, a ilha onde John John Kennedy caiu com seu avião. Alugamos bicicletas para conhecer a ilha e eu, conhecendo minha falta de genes para esportes, pressenti que algo não sairia bem. Eu nunca havia utilizado uma bicicleta com marchas, e elas eram dezesseis. Partimos. Eu intercalava as marchas de forma a passar quanticamente do slow motion ao absolutely fast, coisa que nem Chaplin conseguiria. Segui o grupo por algum tempo mas depois fui ficando para trás. Minhas pernas entraram em colapso quando meu cérebro ordenou a cada uma delas uma diferente frequência de rotação. O grupo foi virando um ponto no horizonte e desapareceu. Claro que eu não tinha um mapa e claro que ninguém se importava em parar de fazer cooper ou pedalar para me dar informação. Pedalei, pedalei, pedalei. Fiz uma pausa, exausta, na porta da garagem de uma das mansões e um carro saiu. Teve que parar para não me atropelar.
- Dear sir, for god sake, where is the ferry?
Ele me indicou, mas se esqueceu de falar que havia mais de um porto de balsas por lá. Lá fui eu em direção à balsa errada. Estava um sol de lascar e eu já estava roxa. Pensava na multa que iria pagar pelo atraso na devolução do biciclo. Depois pensei que Dri Dri Brunstein também iria morrer ali. Foi então que uma menina loira, em sua própria bicicleta, passou por mim, parou e voltou.
- Are you ok?
- No, I´m not ok, I´m lost.
- Yes, I know. That´s why I´m here.
- What do you mean?
- Don´t you believe in angels?
Ela de fato parecia um anjo. Disse-me que a função dela era essa, ajudar pessoas. Fez com que eu me refrescasse num daqueles jatos regadores de jardim e depois me levou até a casa de uma senhora, me deu água, suco. Pegou minha bicicleta e a colocou no porta-malas de uma pick-up. Levou-me de volta à balsa certa onde os alunos e policiais analisavam minha ficha de desaparecimento. Isso levou horas, meus caros, foi a travessia de McCarthy. A menina desapareceu. Voltamos para Woods Hole e eu devo ter hibernado tentando interpretar tudo aquilo sob meu ponto de vista científico. Não consegui. Na manhã seguinte, quando entrei na classe exalando Gelol, alguém havia desenhado na lousa um mapa com uma garotinha de cabelos enrolados numa bicicleta e os dizeres:
- Where on Martha´s Vineyard is Adriana?
Foi assim que eu ganhei o Wally Award.
Tem coisas que simplesmente acontecem.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Eu quero que você vá embora daqui. Eu vou vender a loja para o supermercado e lhe darei uma parte do dinheiro da venda. Não. Não precisa dizer nada, querido Wilhelm. Espere até não aguentar mais. E não perca a sua inquietude e a sua melancolia. Vai precisar delas se quiser escrever. De agora em diante só viverei dias lindos. Eu vou fumar quando andar na praça. Eu vou beber o meu martini à tarde no Heider Hof, enquanto leio suas cartas. "Com gelo, por favor", direi quando pedir o martini.
Movimento em Falso. Wim Wenders.
domingo, 12 de setembro de 2010
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
- Tô com uma fome...
- Eu fiz um feijão com paio, quer?
- Só paio?
- Poxa, pai, pra mim já é uma grande coisa. Você não criou exatamente uma Ofélia.
- Ah, não sei... não tem algum lugar aqui perto pra comer?
- Tem um bar na esquina. A comida é boa e vem bastante. O Tobias pode ir junto.
- Então vamos lá. Me lembra de chamar o Expedito pra arrumar esse fio aqui.
Folheia cardápio vai volta lê relê.
- Moça, eu vou querer esse primeiro prato, mas fala pro cozinheiro que eu não gosto de carne nervosa.
- Como é que é?
- Ele quis dizer que não gosta dos nervos da carne.
- Ah tá.
O Tobias ficou com os 3 ou 4 nervos que ele separou.
- Sabe o que eu queria agora?
- O quê, pai?
- Um cheesecake. Há anos não como um decente.
- Bom, tem lá no Havanna. Vamos?
- Mas não é daqueles massudos, é?
- Sei lá, sei que o doce de leite de lá é divino.
- Mas eu vou querer o meu com calda de framboesa.
No caminho encontramos, eu e seu Simão, Jordão e Wiltão.
- Segura o Tobias aí que eu já volto.
O segurança se aproxima, alguns clientes do shopping se sentiram ameaçados pelo Tobias. Um salsicha.
- Pai, não tinha framboesa mas tinha amora. Tó.
- Hum... É massudo. Eu bem que desconfiei. Uma porcaria.
- Pai...
- Sim?
- Você não existe.
E eu não sei porquê acabei me lembrando da história do tio Cleuso do Nelsinho Peres e sua incansável briga com a lista telefônica.
- Eu fiz um feijão com paio, quer?
- Só paio?
- Poxa, pai, pra mim já é uma grande coisa. Você não criou exatamente uma Ofélia.
- Ah, não sei... não tem algum lugar aqui perto pra comer?
- Tem um bar na esquina. A comida é boa e vem bastante. O Tobias pode ir junto.
- Então vamos lá. Me lembra de chamar o Expedito pra arrumar esse fio aqui.
Folheia cardápio vai volta lê relê.
- Moça, eu vou querer esse primeiro prato, mas fala pro cozinheiro que eu não gosto de carne nervosa.
- Como é que é?
- Ele quis dizer que não gosta dos nervos da carne.
- Ah tá.
O Tobias ficou com os 3 ou 4 nervos que ele separou.
- Sabe o que eu queria agora?
- O quê, pai?
- Um cheesecake. Há anos não como um decente.
- Bom, tem lá no Havanna. Vamos?
- Mas não é daqueles massudos, é?
- Sei lá, sei que o doce de leite de lá é divino.
- Mas eu vou querer o meu com calda de framboesa.
No caminho encontramos, eu e seu Simão, Jordão e Wiltão.
- Segura o Tobias aí que eu já volto.
O segurança se aproxima, alguns clientes do shopping se sentiram ameaçados pelo Tobias. Um salsicha.
- Pai, não tinha framboesa mas tinha amora. Tó.
- Hum... É massudo. Eu bem que desconfiei. Uma porcaria.
- Pai...
- Sim?
- Você não existe.
E eu não sei porquê acabei me lembrando da história do tio Cleuso do Nelsinho Peres e sua incansável briga com a lista telefônica.
sábado, 4 de setembro de 2010
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