quarta-feira, 24 de agosto de 2011

“Rédea”, digo. Levanto a rédea na janela e olho para ela sob a luz. Não é uma peça decorativa, é só uma rédea velha de couro escuro. Não sei grande coisa sobre rédeas. Mas sei que uma parte encaixa na boca. Essa parte é chamada de freio. É feita de aço. As tiras dão a volta pela cabeça do cavalo e sobem até onde ficam seguras entre os dedos do cavaleiro, no pescoço do animal. O cavaleiro puxa as rédeas para um lado e para o outro, e o cavalo vira. É simples. O freio é pesado e frio. Se a gente tivesse de usar um negócio desse enfiado nos dentes, acho que ia entender rapidinho. Quando sentisse puxar, a gente ia saber que estava na hora. A gente ia saber que estava indo para algum lugar.

A rédea. Raymond Carver. Trecho final.

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