eu costumava ouvir neil young e ler caio fernando abreu. coisas como "eu constantemente sinto saudade das coisas que perco mas não as quero de volta. já doeu uma vez", assim que você partia. aí eu me arriscava nos horóscopos inventando ascendentes que eu não tinha. e sempre dizem, tem que ver a lua também. a lua. eu não me importava muito com aquela cara de cartão postal da lua. a lua pra mim sempre serviu para iludir cachorro desavisado ou mote para falarem do outro neil, o armstrong. e eu até falaria dele, pro tempo sem você passar. eu tocaria a campainha da vizinha do 63 com um pretexto qualquer. um abaixo-assinado solicitando a instalação de uma antena parabólica capaz de captar a transmissão de uma rádio-novela inédita de h. g. wells onde recuperam, no penúltimo capítulo, as últimas cartas que trocamos.
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