terça-feira, 10 de julho de 2012


da falta que a gente sente
do que ainda não perdeu
do primeiro gesto da manhã
do último aceno no aeroporto
do avental enrolado na cintura
do tempo marcado em rabiscos na parede
do meu cuidado excessivo com leis de trânsito
do não perturbe na porta do quarto do hotel
de gastar dois e cinquenta no falido serviço
do disque-piada
do tostex enferrujado na boca do fogão
do make it a suntory time do bill murray
de um erro reparado em 444 páginas
de um livro do ian mcewan
de um post-it que já não tem cola
onde você havia reescrito
aquela velha cantiga de ninar
uma criança que tem medo de fantasma

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