sexta-feira, 20 de julho de 2012


eu lembro de quando te falei que tava saindo com outro. e você me disse parabéns, ou que bom, ou qualquer merda de incentivo que eu não queria escutar. você até me disse ele é um cara bacana. eu tava me lixando, cara. eu tava me lixando praquele lençol da riachuelo que ele prendia nos pés da cama. ou pra minha cara de idiota fechando os olhos só pra imaginar que era você que tava lá. mas não era. era o cara bacana. era o filho da puta do cara bacana que me acordou com meia dúzia de flores só esperando meu sorriso torto. eu quis te fazer engolir cada uma das flores, te fazer engasgar com aquele lacinho em tom pastel e letras douradas. tava escrito eu te amo ou coisa pior. e ele ficou achando que meu silêncio tinha um quê de gratidão. ele ficou achando que eu tava feliz com tudo aquilo. que eu ia finalmente parar de arranhar minha nuca e deixar meu cabelo crescer.

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