quarta-feira, 16 de novembro de 2011


ontem eu deveria ter te falado, antes de desligar o telefone, que pra mim não existia amor sem barry manilow. explico. eu tinha doze anos e uma inabilidade crônica para a vida. aí eu estava num acampamento cheio daquelas coisas que me davam pânico. pessoas. e tinha aquele garoto. e tinha eu e uma quadra de volleyball que eu atravessei assim que ouvi we walked to the sea, just my father and me, and the dogs played around on the sand, com a certeza de ter encontrado o que chamavam de amor. me sentei ali, ao lado dele. mentira. entre nós havia um monte de bolas. eu contei todas. lá pela 17 (eu conto rápido) ele se levantou e foi conversar com outra garota. é. daquelas que fariam fácil o papel de cheerleader na sessão da tarde. ontem, antes de desligar o telefone, eu deveria ter te falado que essa foi minha primeira lembrança do amor. ter te falado que eu entendo cada garota que se encanta com você mas que não aceito a recíproca. eu ando muito egoísta. não deixei nem você saber que assim que desliguei o telefone eu, que me tornei um fiasco em esportes, coloquei mandy pra tocar.

6 comentários:

bruno bandido disse...

curto um bocado ler isso aqui.

Adriana Brunstein disse...

bruno, a recíproca é absolutamente verdadeira.

Anônimo disse...

Uma das coisas que aprendi com o tempo é que escrever sem afetação é uma das tarefas mais difíceis do mundo. E isso empaca pra quem vive disso. A outra é que não sei amar. E isso pode ser / parecer cruel às vezes. Portanto, este é um elogio sincero e realmente anônimo ao seu estilo.

Adriana Brunstein disse...

creio que eu deixo a afetação pra minha vida real e acabo pensando que sei, ou soube, amar. obrigada. pelas palavras e pelo elogio.

Anônimo disse...

É por essas e outras que continuo sempre voltando aqui. Encontro sempre algo que eu nem sabia que queria ler. E tudo o que você escreve é sempre muito, muito bom. Silvia (pronto comentei!rs... bjo)

Adriana Brunstein disse...

ah, sil, finalmente!!! obrigada, queridona.
um beijo