Meu livro já pode ser adquirido através do e-mail panelinhabooks@gmail.com. Logo mais a editora Panelinha Books o distribuíra em alguns pontos. Sobre ele, nada melhor que as palavras do Lourenço Mutarelli que assina o prefácio abaixo:
Quando entrei em “Estado Fundamental” não tive o cuidado de verificar o
endereço do prédio. Fui entrando, simplesmente. Pensando que conhecia
Adriana, entrei desarmado. De início fiquei espantado, pois a voz que
ouvi não era a dela. A voz que me guiava era a dele, desse nada. Eu
devia ter tido mais cuidado. É sempre bom ter cuidado quando se segue
alguém que se apresenta dessa forma, nada. Esse nada que se aloja. Ao
andar pelos corredores do prédio pude ouvir sons e vozes familiares que
escapavam pelas frestas das portas e por outras frestas, também. Ouvi
vozes muito familiares. Em um dos apartamentos julguei ter ouvido a
minha. Já havia estado, inclusive, num apartamento de uma tal de Marla.
Mas, a Marla que conheci era um fantasma. Não sei o mesmo. Não sei se os
fantasmas, assim como os anjos, têm sexo. Há muito não entrava tão
profundamente em um livro. Adriana Brunstein escreve como um homem.
Digo, no bom sentido, porque o personagem principal, cujo nome não se
pode pronunciar, é um homem. É impossível perceber qualquer vestígio de
Adriana, da Adriana que eu conheço, nesse tal, nesse tal de nada. A
história é sombria porque outro prédio provavelmente muito mais luminoso
recebe a luz direta do sol. E esse outro prédio luminoso, afortunado,
com cômodos muito maiores e famílias reduzidas encobre e rouba toda luz
que poderia chegar e despeja nesse prédio apenas sombra. Nesse prédio
cujo endereço não conferi. Toda a cidade, todos os personagens, os bares
parecem fazer parte do mesmo cenário. Todos os lugares aqui têm o mesmo
endereço. Não quero falar da história que é cíclica e por isso,
infinita. Desejo que entre e percorra essas páginas. Que descubra que
seguimos todos a mesma lei, nem humana nem divina. Simplesmente física.
Entre e descubra o nome desse nada. Descubra o endereço desse edifício
miserável. Ao fim da leitura percebi que nesse mesmo prédio moram os
meus personagens. Eles bebem nesse mesmo bar. Mas, o que mais me
desconcertou foi descobrir porque Adriana não batizou seu protagonista.
Porque ele tem o seu nome. Ele tem o meu nome. E Adriana fala no timbre
da nossa voz. “O resto é estática”.
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