terça-feira, 3 de julho de 2012

aparamos cantos frestas vértices tangentes
pontas do cabelo
damos de cara com ângulos retos por conta de nossos gestos
obtusos
pescamos peixes enlatados na boca do vulcão
tapamos as dores com emplastros puídos
compramos eu te amo no segundo dia da promoção
erramos notas acordes melodias
desafinamos a sexta-feira
e o refrão
salvamos cachorros de incêndios
alimentamos gatos com ratos de experimentação
nos imortalizamos em brasões pendurados na parede da sala de estar
martelamos forte pro vizinho reclamar
lançamos o despertador pela janela pro tempo parar
de passar
economizamos vírgulas pra não termos que respirar
morremos em corpos eretos e reencarnamos assim
deitados
até a chuva passar

2 comentários:

camila f disse...

mó bom esse também!

Adriana Brunstein disse...

tudo culpa tua, camila!