aparamos cantos frestas vértices tangentes
pontas do cabelo
damos
de cara com ângulos retos por conta de nossos gestos
obtusos
pescamos
peixes enlatados na boca do vulcão
tapamos as dores com emplastros
puídos
compramos eu te amo no segundo dia da promoção
erramos notas
acordes melodias
desafinamos a sexta-feira
e o refrão
salvamos
cachorros de incêndios
alimentamos gatos com ratos de experimentação
nos imortalizamos em brasões pendurados na parede da sala de
estar
martelamos forte pro vizinho reclamar
lançamos o
despertador pela janela pro tempo parar
de passar
economizamos vírgulas
pra não termos que respirar
morremos em corpos eretos e reencarnamos
assim
deitados
até a chuva passar
2 comentários:
mó bom esse também!
tudo culpa tua, camila!
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