aparamos cantos, frestas, vértices, tangentes, pontas do cabelo. damos de cara com ângulos retos por conta de nossos gestos obtusos e pescamos peixes enlatados na boca do vulcão. tapamos as dores com emplastros puídos e compramos eu te amo no segundo dia da promoção. erramos notas, acordes, melodias, desafinamos a sexta-feira e o refrão. salvamos cachorros de incêndios e alimentamos gatos com ratos de experimentação. nos imortalizamos em brasões pendurados na parede branca da sala de estar. martelamos forte que é pro vizinho reclamar. lançamos o despertador pela janela pro tempo parar de passar. economizamos vírgulas pra não termos que respirar. morremos em corpos eretos e reencarnamos assim, deitados, até a chuva passar.
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