porque, presta atenção, a única pergunta que só tem uma resposta é "você está me escutando"? no mais, tudo está sujeito a desabamentos gramaticais classificados precocemente como detentores de sentido. é isso que a gente faz. a gente se instala no quadrinho do meio da tirinha do jornal e começa. começa sabe-se lá o quê, né? são dois dedos pro início do parágrafo e a coisa toda passa a ser anatômica. e eu nunca tive a menor condição de resistir a você. eu chego até a implorar em segredo para que você adiante aquele seu gesto inconsequente que me faz lembrar de buster keaton. numa inevitável comparação você me diz que prefere chaplin. aí a gente começa a discorrer até o momento x (olha só, chegamos quase ao final do alfabeto) em que perdemos todas as referências. bem, nunca fizemos questão de mantê-las. viramos embrulho de peixe ao lado do horóscopo picareta e o ascendente do funcionário da gráfica é ditador demais para que ele sequer pense na hipótese de sabotar nossa republicação. sabe como é, ele acredita nessas coisas. eu posso quase jurar que ele anda torcendo pela gente.
Um comentário:
curti pra caralho esse, adriana.
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