quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012


engraçado. eu jurava que havia um maço de cigarros extra na minha bolsa. e eu a virei de ponta cabeça e apalpei o forro mal costurado e recolhi pinças, batons velhos, duas canetas bic e um bloquinho de anotações. eu não sei porque carrego todas essas coisas ou porque me esqueço de manter as costas eretas. e tem dia que eu nem saio de casa só pra não ter que dar bom dia ao jornaleiro. mas hoje tem a porra do cigarro e uma notícia sobre um assassinato. aliás, um dia eu cismei que todos os assassinos fumavam minister. eu simplesmente me deixava levar por anúncios publicitários. foi essa a rédea que eu meti entre os lábios. criei até um slogan, resolvo qualquer parada. eu nem preciso te dizer que não ganhei nada com isso. nem um mísero centavo ou uma olhadela de condescendência. eu ando muito desacreditada, baby. eu tô usando aquela calça de skatista e pisando na barra até tropeçar. falando nisso, eu vou agora procurar os cadarços novos pro seu tênis, se não me engano tem um sapateiro na próxima esquina que costuma atender na hora (tô me segurando pra não te dizer que ele não pisa na bola). e olha, eu tenho certeza que antes de matar eles - não, não os sapateiros - também pedem uma porção de tremoços. e então palitam os dentes e dizem que tudo vai correr bem.

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